O Papa Francisco morreu a 21 de abril, aos 88 anos

 

Pope Francis attends the weekly general audience in The Vatican, on February 12, 2025.

 

A notícia da morte do Papa Francisco aos 88 anos, na segunda-feira, 21 de abril, desencadeia uma série de acontecimentos, alguns dos quais já acontecem há séculos, enquanto outros foram ditados pelo próprio Francisco nos últimos anos.

Em 2023, Francisco revelou que já se tinha encontrado com o Mestre de Cerimónias Papal para planear o seu funeral, chegando mesmo a brincar que seria ele a “estrear” o novo ritual simplificado.

Desde onde será enterrado até quando os cardeais elegerão o seu sucessor, eis o que acontece depois de um papa morrer.

O que acontece imediatamente após a morte do Papa?

Tradicionalmente, após a morte de um papa, o carmelango, que é o chefe de gabinete do papa, grita três vezes o nome de batismo do pontífice. Se o pontífice não responder, será autorizada uma certidão de óbito e o cardeal vigário da Diocese de Roma será notificado.

Como parte do costume, o Anel do Pescador do falecido pontífice é destruído pelo carmelango para significar o fim da sua autoridade. Os seus aposentos papais também serão bloqueados.

Antes de a sua morte ser anunciada ao mundo pelo Vaticano, o camerlengo vai também informar o Colégio dos Cardeais sobre a morte do papa.

Quando será o funeral e onde será sepultado?

 

Pope Francis holds his homily during the weekly General Audience at the Paul VI Hall on February 12, 2025 in Vatican City

A notícia da morte do papa vai desencadear um período de luto de nove dias, conhecido como Novendiale.

Durante este tempo, o corpo do papa será benzido e ficará exposto na Basílica de São Pedro, na Cidade do Vaticano, para visita, segundo o Politico. O seu funeral terá lugar algures entre o quarto e o sexto dia após a sua morte e será realizado na Praça de São Pedro, se o tempo o permitir, informou a CBS News.

No ano passado, Francisco aprovou novos ritos funerários que exigiriam que o seu corpo fosse exibido num caixão simples, em vez de ser colocado num esquife elevado, noticiou a Associated Press. Além disso, o seu enterramento já não exigiria os tradicionais três caixões feitos de cipreste, chumbo e carvalho.

Quanto ao local onde será sepultado, em 2023, Francisco disse a uma emissora mexicana que quer ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, em vez do Vaticano. Expressou o desejo de estar perto de um ícone da Virgem Maria que está exposto na basílica. De acordo com a Reuters, Santa Maria Maior é também o local onde o pontífice reza antes e depois das suas visitas ao estrangeiro.

“É a minha grande devoção”, disse Francisco. “O local já está preparado.”

Papa Francisco discursando no Vaticano em fevereiro de 2025.Vatican Media via Vatican Pool/Getty

O público pode prestar a sua homenagem pessoalmente?

Os funerais papais são considerados eventos públicos, informou o National Catholic Register. E mesmo com os novos ritos simplificados para o seu funeral aprovados por Francisco, o seu corpo ainda estará em exposição na Basílica de São Pedro para visita pública antes do funeral, de acordo com o National Catholic Reporter.

Centenas de milhares de pessoas — incluindo representantes estrangeiros e líderes mundiais — deverão fazer fila e prestar a sua homenagem, segundo o Politico.

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Após a morte do Papa Bento XVI, a 31 de dezembro de 2022, após a sua reforma em 2013, o seu funeral foi assistido por cerca de 50.000 pessoas na Praça de São Pedro, informou o Guardian. O meio de comunicação acrescentou que 200 mil pessoas viram o pontífice ser velado ao longo de três dias, segundo responsáveis ​​do Vaticano.

Em comparação, cerca de 300.000 pessoas estavam na praça para o funeral do Papa João Paulo II em 2005, informou a Voice of America.

Quando começará o Conclave?

Dentro de duas ou três semanas após o funeral, os cardeais vão reunir-se e ter uma reunião (conclave) para falar sobre a eleição de um novo papa, disse Bill Cavanaugh, teólogo católico norte-americano e professor de estudos católicos na Universidade DePaul, à PEOPLE.

“Os cardeais vão fechar-se na Capela Sistina e discutir e votar no próximo papa”, explica. Nem todo o cardeal pode votar. Só podem votar cardeais com menos de 80 anos. E um candidato papal precisa de dois terços dos votos dos cardeais votantes para ser eleito.

Entretanto, Kathleen Sprows Cummings, especialista reconhecida a nível nacional no Papa Francisco, observa que muitos dos cardeais nomeados por Francisco durante o seu mandato como papa eram da Ásia, América do Sul e África, e não da Europa.

“Cerca de 80% dos 141 cardeais eleitores serão os que escolherão o seu sucessor, e terão conversas após o funeral”, acrescenta Cummings. “Haverá umas coisas chamadas congregações gerais, que é onde todos se reúnem e falam sobre as necessidades de todos os cardeais, não apenas dos cardeais eleitores”.

Depois de cada votação, diz Cummings, o fumo é enviado para a chaminé da Capela Sistina. “Se for preto, significa que não elegeram um papa”, diz ela. “E se for branco, significa que temos um novo papa.”

Quanto a quem pode suceder a F

Rancis, os especialistas dizem que, como o falecido papa nomeou muitos cardeais, o seu sucessor pode ser alguém que partilhe as suas ideias e visão para a igreja, mas não há garantias.

“As pessoas do conclave gostam de dizer que, na verdade, é o Espírito Santo que escolhe o novo papa, o que é algo que penso que os fiéis católicos gostam de pensar, esperar e rezar”, diz Cummings. Mas tudo pode acontecer. E não há um favorito claro neste momento. Há muita especulação. Será que voltará para outro papa europeu, o que poderá acontecer, ou será outro papa do hemisfério sul, da Ásia, de África? Simplesmente não sabemos.

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